O mundo em geral, Portugal especificamente tem um sindrome peculiar comum.
Deparamo-nos com ele, fazemos parte dele, mas já é algo tão automático e inconsciente que não lhe damos qualquer importância, já que nem lhe sabemos dar uma razão.
Podemos apelidar essa pequena "doença" de "ao pé da porta". Em qualquer transporte público, seja comboio, metro ou autocarro, existe sempre um aglomerado inexplicável de pessoas em cima da porta de saída, chegando todos ao destino à mesma hora. No elevador, ninguém se chega para o canto, se a porta demora mais de cinco segundos a abrir, o pânico instala-se de imediato.
E os casos desta doença são infinitos e variados no dia-a-dia. As pessoas querem sempre estar o mais perto possível da saída.
Este medo inconsciente que ninguém admite ter, ou fala dele, reflecte-se em todas as áreas da vida de cada um: o medo de estar preso.
O problema subsiste até no sentimento mais básico e puro que é o amor. Todos têm o drama de ficar preso a alguém. A prisão é não poderes escolher, é tristeza, o negativo, a sombra, o frio e a solidão..isso tem algo de similar com a paixão?
Se não vivermos o amor que sentimos e estivermos sempre a fugir pela porta mais próxima, não sei mais o que faz sentido.
Estar "preso" a alguém é a maior liberdade que existe, é entregares-te a alguém sem qualquer limite, ter um espaço comum que não é de mais ninguém.
Nada é eterno, temos sempre uma porta pela qual podemos sair quando quisermos.
Eu? Não sei, vou deixar o tempo tomar conta de mim. E tu? Tens medo de quê afinal?